Primeiramente
se faz necessário dar um significado para o tema que pretendo explorar, ou,
porque não dizer, conhecer. Pois bem: DEUS – (1) Entidade Suprema que detém
poder e controle sobre os homens e a natureza; divindade. (2) Segundo religiões
monoteístas, é o espírito infinito criador e preservador do universo.
Assim,
segundo o dicionário, somos diretamente controlados por algo do qual supomos
existir.
Mas, antes
de tudo, me pergunto o que é um deus? Acredito que a definição anterior não
sacia tal questão uma vez que apresenta seu significado não como hipótese, mas,
sim, como lei. Somente em sua segunda parte de definição ele tenta se aproximar
da possibilidade se mantendo imparcial.
Contudo, a
um questionador das certezas, não é suficiente afirmar o infinito sem que lhes
permita uma real e clara possibilidade de afirmação através de pesquisa, estudos
e observações.
Não é
intento negar “deus”; o objetivo pretendido neste momento é afirmar ao meu
leitor que deveras interpretamos a “ideia deus” à nosso entendimento. Agora,
longe do conceito formulado te pergunto o mesmo que antes: o que é um deus?
A meu ver,
toda coincidência do universo, todo caos, tudo que tomou uma forma está e é
como o é, porque deveria estar ali e ser nada mais do que é. Estou falando que
tudo tende a ser o que é desde o principio. Tudo está em perfeito equilíbrio com
sua origem e fim. Mas, ai, o que se pode dizer? Que é pura coincidência? Que é
tudo planejamento? Que a vida é reflexo do caos de outrora? Em minhas palavras
não ouso nada dizer, a não ser que “eu acho”, que “eu interpreto”, que “eu
entendo” que seja conforme o apresentado.
Contudo,
meus semelhantes, nem todos pensamos ou agimos do mesmo modo. Somos motivados em
tudo nesta vida por circunstâncias diferentes. Alguns temem a morte. Já outros
temem mesmo é a vida. E em dado momento da história alguém foi motivado a crer
que tudo o que não é explicável é obra do próprio inexplicável, que com o
passar dos tempos, das muitas inspirações, dos desejos, etc., deu-se por “deus”.
Agora temos uma resposta mais clara, porém, básica para a pergunta inicial;
dela concluímos que deus é a tentativa de interpretar o mundo.
Logo, um
deus, é a representação figurada, imaginada pela humanidade, de algo que existe
além da falta de interpretação. Um deus é a resposta mais simples de se
concluir uma visão de mundo.
Quando nossos
antepassados, ignóbeis de ciência e nada doutos de conhecimento cientifico
olhavam para os céus, eles viam imagens que sempre se repetiam e cada uma trazia
“males” e “bênçãos”. Entenda, quando viam uma espessa nuvem chegando, densa e
carregada magneticamente, repleta de raios e trovões, entendiam, mesmo sem
ciência do que se tratava, que grande “tormenta” se aproximava. Noutro momento
o sol que destruía a lavoura e trazia a sequidão também ajudava no crescimento
das plantas e das espécies. A lua, mudando sempre sua posição nos céus, com
formatos que se alteravam regularmente e repetidamente influenciavam nos níveis
dos mares e auxiliava nas caças e translado noturno. As estrelas guiavam muito
antes do advento pré-tecnológico tal qual o sextante que marcava o azimute.
Assim é fácil
entender como a natureza influenciou na criação dum deus que hoje assume tantas
formas que creio não ser possível em livros catalogar. A falta de ciência para
este povo primitivo foi fundamental para que tudo o que não poderia dizer o que
é ou mesmo interpretar era obra de deus.
NASCEU A
IDEIA DEUS.
Desta ideia,
pura em sua origem, compartilho sentimentos, pois vejo tudo que existe, e digo
tudo, inclusive a nós, como uma incógnita do cosmos e que toda formação é de
fato deus. CALMA, se eu pudesse expressar este termo em outras palavras que
vocês pudessem facilmente compreender, jamais usaria este com que vos falo,
pois atualmente está deturpado em seu sentido.
Penso quão bom
seria se o homem jamais o tivesse conceituado. Quantas guerras não teriam sido evitadas? Quantos homens mesmo
morrendo teriam vivido de verdade sem as algemas da escravidão (física e
psicológica)?
Mas a
sociedade se formou, pensamentos foram compartilhados e leis foram criadas para
punir transgressores. Mas te pergunto transgressores de quê? Senão da própria moral
dita civilizada. Criada para castigar homens que pensassem fora do ideal
coletivo.
Culpa da
natureza então? Por ser encantadora? Por trazer o sol e a chuva? Por tentar se
apresentar ao homem, tentando como uma mulher apaixonada ser notada? Por suas
horas de alegria e dor? NÃO! Não há culpados. Tudo acontece, onde deve
acontecer, por seu próprio motivo. Não procure culpados; procure saídas.
Você viu
aqui o que é um deus e como foi concebido pelo temor ou mesmo respeito do homem
sobre o que não sabia dizer o que é. Mas nos nossos dias, nós conhecemos a ciência
e temos tantas quantas respostas palpáveis quisermos, mesmo que não sobre tudo.
Descobrimos o movimento da terra, sua forma ovalada e até podemos dizer com
precisão o que forma o centro do sol. Deixamos com isso de divinizar o antigo
desconhecido. Mas ainda cultuamos o
lugar que a ciência “ainda” não chegou. Talvez
em um século nossos deuses já nem sejam mais os mesmo, mas lamento saber
que mesmo assim sempre seremos servos da religião.
Concluo: UM
DEUS É UMA IDEIA.